Hoje será uma das colunas em que iremos versar sobre um tema bastante explosivo: a liberdade de se opinar sobre o futebol e os limites éticos e opinativos. A demissão de José Trajano ontem pelo canal ESPN nos leva a várias reflexões sobre o direito a escrever eventos como o que se vê e como se vê. E isso dá margem a várias reflexões e distorções dos fatos, de forma a manipular torcedores e a opinião pública. O tema de hoje é o site casaca.com.
Na penúltima coluna aqui escrita, “Erro zero…feliz 2017”, recebemos um comentário em que havia um link direcionado a este site, falando de que a arbitragem “tirou” o Vasco da Copa do Brasil. E aí chegamos ao ponto: o Vasco foi prejudicado pela arbitragem ? Em relação ao gol decisivo sim. Houve falta no Alan Cardoso e impedimento do ponta-esquerda Joel. Mas e o gol que Éderson perdeu antes que nos daria 3 a 1 e uma possível ida aos pênaltis. Então, depende de quem escreve e a sua conveniência. Óbvio que o bom jornalista deve relatar o fato em si, mas se não houver um olhar opinativo, não manipulador, o artigo fica meio sem um sentido maior. E não é de hoje que este bendito casaca.com tenta manipular o torcedor cruzmaltino com bravatas, fatos distorcidos sob a ótica da atual diretoria. E quando aconteceram os erros de arbitragem contra o Vasco em 2011, em jogo ante o Palmeiras que nos custaram os dois pontos a menos que o Corinthians no final ? E na final do estadual de 2014 ? Aonde estava o casaca.com para falar do gol em impedimento do Marcio Araújo ? E agora que o atual mandatário retorna à sua cadeira que considera sua, eles voltam ? Então aí está clara a parcialidade e a falta de isenção deste veículo. Defender claramente um lado não é o ético. Ponto. Isso chama-se manipulação das massas, de acordo com Noam Chomsky.
Sabemos que o futebol desperta paixões. A liberdade de expressão precisa existir; afinal é preciso de um ponto de vista e seu contraditório; senão não existe debate. Mas o site casaca.com não cumpre o seu papel como veículo de informação. Defender o Vasco sim, é válido. Fez isso poucas vezes; mas também deveria debater os erros da atual diretoria. Isso ele não faz. Por que ? É mais fácil botar a culpa no mordomo, na arbitragem do que nos próprios erros. Em particular, neste último rebaixamento não se pode culpar a arbitragem por exemplo, pelos 13 pontos feitos em um turno e as más escolhas, como Celso Roth, que se mostrou um grande equívoco, esse sim determinante para a terceira queda vascaína em 7 anos. Enfim, é isso. Vasco sempre, na alegria e na dor. E aqui dedicamos uma homenagem ao grande jornalista tijucano e ilustre americano José Trajano que levava a ESPN nas costas.