Quinta-feira passada passada. Cerca de sete mil abnegados vascaínos deixaram de lado até ameaça de furacão para ir assistir Vasco e Madureira jogarem em São Januário, às 9 da noite. Atuação ruim, dando sono até pra quem estava na frente de uma tv a mais de 1000 km de distância. Vitória sem brilho.
No meio do segundo tempo, aparece na tv a imagem da PM separando a torcida do Vasco da Gama da torcida do Vasco da Gama. Inadmissível o surgimento de uma “faixa de gaza”, termo cunhado no Maracanã para designar o espaço entre a Raça Rubro-Negra e a Torcida Jovem. Porém nada mais aparece. Apenas o cordão de isolamento. Pra quem via de casa, nada aconteceu. Só a ação da polícia.
Ontem, domingo, no Globo, o porta-voz extra-oficial do rubro negro publica em sua coluna que houve “cenas de selvageria explícita” no “confronto de duas facções vascaínas, em São Januário”.
Pior que isso, equipara este suposto confronto à perigosíssima invasão do vestiário do Macaé por uma torcida rubro-negra, na qual atletas, comissão técnica e familiares dos jogadores do Macaé correram risco até de morte. Com isso, tenta minimizar o evento mais violento dos últimos anos no futebol, comparando uma invasão de vestiário por uma horda de “torcedores” a um tumulto de arquibancada.
Nas redes sociais, torcedores que estavam em São Januário afirmaram que não aconteceu rigorosamente nada entre as torcidas. A “selvageria” se limitou ao cordão de isolamento da polícia.
Graças então aos torcedores presentes, ficamos sabendo que o que saiu no jornal não é a verdade dos fatos.
No entanto, o leitor comum do jornal e da coluna já pode repetir por ai que ocorreu uma “barbárie” em São Januário.
Com a volta de Eurico, o Vasco, que jamais teve a boa vontade da imprensa, voltou a ser o clube mais odiado do Brasil. Este cidadão, por exemplo, com mágoas eternas de São Januário, seus líderes e seus recantos, jardins e caramanchões, quer ver o Vasco reduzido a nada.
Mais que nunca, o Vasco precisa de união. O Vascaíno precisa perceber que, pro bem e pro mal, é de Eurico que nós estamos indo. É ele que teremos de aturar nos próximos 3 anos e que já temos inimigos demais fora do clube tentando destruir o clube. Precisamos olhar pro lado e ver que o cara que está naquela arquibancada não é rival, por mais que possa pensar diferente de nós. Acima de tudo o Vasco. Acima das vaidades. Das picuinhas políticas. Da vontade incontrolável de alguns de aparecer.
Não interessa a estes inimigos um Vasco forte e unido. Interessa que nós lhes ofereçamos “barbáries” que possam ser exploradas nos programas esportivos. Interessa que sejamos o contraponto ao verdadeiro querido da mídia. O falido, o violento, o ultrapassado, o aliado da federação. O saco de pancadas do moderno, “profissional”… O mais protegido.
Já passou da hora da união. Não podemos oferecer esse presente aos verdadeiros inimigos do Vasco.