Passei dois dias inteiros digerindo o… Como posso chamar… A… O… A…
Não tem jeito, vai na grossura… A sacanagem que fizeram com o Vasco domingo. A palavra não era bem esta, mas é melhor que ainda ser processado por alguém que modificou claramente o resultado de um jogo. E não sei bem com que intenção…
Mas a verdade é que não consegui digerir nada. Está entalado, engasgado e teve consequências sérias o resultado final do clássico de domingo. Desde então, já arrumei umas dez inimizades. Daquelas definitivas. Arrependimento? Zero. Quem não enxerga o óbvio, não merece me chamar de amigo. Quem fica indignadinho, mesmo torcendo pelo time beneficiado pelo escândalo, menos ainda.
Enfim, fora as inimizades, que tiro de letra, a maior mudança foi meu jeito de encarar o futebol. Sempre fui um purista. Quem me conhece pessoalmente sabe que gosto do futebol as antigas, dos craques de outrora, da polêmica… Sempre fui contra, por exemplo, a adoção de dispositivos eletrônicos para auxiliar a arbitragem, por achar que um dos temperos do futebol é a a discussão de bar de segunda-feira.
Mas só doido tem ideia fixa, e depois de domingo, fui obrigado a concordar com Andreia, minha esposa, e admitir que estou errado. Dane-se a polêmica: passou da hora de adotarmos, no futebol, dispositivos e regras para tornar o resultado do jogo mais honesto. Hoje, como está, tudo pode acontecer. Inclusive um assistente não enxergar uma bola que quica 33cm dentro do gol…
Bola chipada? Sou a favor? Desafios do treinador, com uso do replay, em estádios maiores? Sou a favor. Uma mesa olhando a transmissão (ou apenas o jogo) de cima, avisando ao árbitro central dos erros? Sou a favor. O que eu sou contra é gerir um esporte que movimenta trilhões no planeta como uma pelada de casados e solteiros, onde se coloca um zé ruela ruim de bola para “apitar” ou “auxiliar”.
Como fazer com os estádios menores? Ora, que se modernizem. Basta a formação de um jogador e sua negociação posterior para adotar, ao menos, a bola chipada, cujo custo seria de US$ 250 mil.
Além dessas medidas todas, sou amplamente favorável a um detalhe que pode mudar tudo: a profissionalização da arbitragem. Hoje, técnicos de futebol, jogadores, enfim, toda a estrutura dos maiores clubes é profissional. No Brasil, os juizões são “amadores”. Fazem do futebol um bico para engordar a despesa. Isso está errado e gera caminho para os desvios.
Que se crie uma categoria: a de árbitro de futebol. Que se comece a formá-los profissionalmente. Que se faça um quadro com juízes, bandeiras e auxiliares por estado, com remuneração mensal e prêmios por desempenho, com gestão à parte de CBF e Federações, por motivos que até uma criança de dez anos saberá elencar. Isso permite que os cegos, os incompetentes e os corruptos sejam mais facilmente identificados e demitidos.
Passou da hora de a brincadeira ficar séria. Do contrário, vão continuar nos fazendo de trouxas para o resto da vida.
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Depois de fazer aquela lambança em campo e de receber apoio de sua família de flamenguistas, o assistente decidiu processar quem o ameaça. Não acho certo ameaçar a vida de ninguém, mas seria legal que todos os torcedores vascaínos que estavam no estádio e se sentiram prejudicados entrassem na Justiça exigindo dele uma indenização do valor do preço do ingresso pelo erro. Não resolve nada, mas enche o saco do mané…
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Enquanto Jorge Rabello for alguma coisa na arbitragem, não ganharemos nada no Rio.
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Enquanto o Rubinho for presidente da Federação Carioca, não vamos ganhar nada nem que o 11 do Vasco tenha Messi, Neymar, Xavi, Iniesta, Piqué, Fábregas e Puyol…
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Enquanto o Vasco for Eurico x Anti-Eurico, não vamos ganhar nada. Pelo amor de Deus, cadê alguém que ame o Vasco de verdade?
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A vontade era de largar tudo. Nunca mais ver um jogo. Mas amanhã tem Vasco x Bangu e eu vou largar o trabalho às 15h30 para dar tempo de ver o jogo todo em casa… Que vício…