Para os mais jovens, pode até aparecer um susto – desde que não tenham feito pesquisa na internet.
Aos adultos, a mistura dos personagens deve causar tristeza: a constatação de que o artilheiro chegou muito, mas muito mais longe do que o dirigente. Falar do político convencional, nem pensar.
Teria sido melhor não misturar as identidades, mas a vida é assim: erros, acertos, perdas, lucros. Decepção. Como presidente, inevitável dizer que Carlos Roberto de Oliveira não emplacou por diversos motivos.
No entanto, não há como não respeitar os feitos realizados por Roberto Dinamite com a camisa 10 do Vasco, com 1.110 jogos e 705 gols.
E aí Carlos Roberto e Roberto Dinamite são a mesma pessoa. As pluralidades do ser humano para o bem e o mal. Outra coisa importante tem a ver com a relação com os ídolos e como eles mesmos devem tomar cuidados: preservar a imagem é fundamental. Talvez não seja boa ideia trocar o papel de pedra nos gramados pelo de vidraça na política clubística.
Os próximos meses serão decisivos para a reconstrução cruz-maltina em vários cenários. E também será preciso navegar sob ventos de mudança, principalmente na questão política do clube.
Abaixo, o melhor que Roberto pôde oferecer ao clube: dentro de campo, como artilheiro, matador implacável, senhor da área. Nisso, ele foi impecável e que esta seja a lembrança que se tenha no fututo: a de um Vasco gigante dentro do campo. As memórias do gabinete não são boas. Que o gramado seja sempre preservado.
@pauloandel