Num dos clássicos do rock mundial, o álbum “The dark side of the moon”, um dos versos é marca registrada há 42 anos:
“Money – it’s a hit!”
O dinheiro é um estupendo sucesso.
“Dark side”, uma obra-prima, também relata deficiências do cotidiano: egoísmo, opressão, solidão.
Se fosse a trilha sonora dos acontecimentos recentemente levados a público no mundo do futebol mundial, o som estaria mais do que afinado. Recentemente em termos de constatação, porque o tema dispõe de franca longevidade.
Ou “Confortably numb”, que narra um sujeito entorpecido?
Para se achar normal tudo o que aí está, só ficando muito alto.
A cartolagem está acabando de vez com o futebol.
Negócios espúrios, a tirania televisiva, os grupos de investimento, os empresários, o falso amadorismo mafioso.
Os torcedores lesados dia após dia.
Clubes falidos com dívidas bilionárias e todos os envolvidos nas direções têm seus enormes patrimônios intocáveis.
A manipulação fascista dos meios de comunicação.
Money, it’s a hit!
Ninguém bate panelas nessa hora em que salta aos olhos o rol de estranhas ligações entre a Fifa, a Cbf, a Rede Globo e os clubes de futebol no Brasil.
A todo instante, “times” fundados apenas para o registro de jogadores. A lavagem da negociação.
O jogador mais limitado em termos de formação intelectual e escolar (infelizmente a maioria) ri quando é perguntado sobre quem é seu dono. Mesmo. Afinal, a lei aí está para ser driblada.
Uns não sabem sequer responder.
É preciso falar das papeletas, dos ladrilheiros, dos Hevertons, dos gols onde a “bola não entrou”?
Lembra dos portugueses chegando ao Rio de Janeiro há 515 anos? Trazendo espelhinhos para os indígenas ficarem encantados enquanto passavam o sarrafo nas indígenas?
Mais ou menos tudo o que aí está.
Ninguém bate panelas.
Não é conveniente desagradar os companheiros de luta.
Money? A great gig in the sky.
@pauloandel