Quem me conhece mais de perto ou lê meus textos, sabe que eu não propago muito essa “mania de perseguição” que a maioria dos vascaínos tem em relação às Organizações Globo.
Não creio que haja algo deliberado e o que vemos como injustiça decorre muito mais de uma presença rara de jornalistas vascaínos (na TV, o único que me vem a cabeça é o Lédio Carmona – ok… tem o Edmundo e o Juninho também, mas estes são ex-jogadores e não jornalistas); e também de interesses comerciais que qualquer empresa tem ou teria.
Mas eu não posso me furtar de comentar com vocês o que vi e ouvi hoje. Confesso que foi a primeira vez que vi um jogo do Vasco com comentários do nosso ex-jogador Juninho Pernambucano.
Antes de comentar o que vi e ouvi, quero deixar clara a minha opinião sobre ele. Muitos o consideram um ídolo. Talvez o último que tivemos. Eu não. Para mim foi sim um grande jogador, mas ídolo não. Ídolo deveria fazer mais pelo Vasco do que ele fez. Não só dentro de campo, mas fora também. E minha lembrança mais forte sobre ele (além obviamente do “gol monumental”) é infelizmente que ele, sempre que a coisa ficou feia para o nosso lado, foi procurar outros lugares para jogar. Enfim… É apenas uma opinião pessoal.
Mas hoje eu tive uma baita decepção com seus comentários. Incrível como de sua voz só saiam adjetivos pejorativos em relação ao Vasco! Ok: não temos um timaço como tem o Barcelona, ou até os bons brasileiros Internacional ou Corinthians. Mas dizer que o time do Cuiabá era melhor que o do Vasco, foi demais!
Não ouvi um elogio, uma referência ao título que ganhamos há pouco mais de uma semana. Ao contrário, de suas palavras eu quase acreditei que o “poderoso” Cuiabá poderia vencer o Barcelona!!
Disse várias vezes que era uma injustiça o empate no primeiro tempo, que se tivesse que ter um ganhador, esse deveria ser o Cuiabá… Porra! Se o tal Cuiabá deu um chute ao gol em TODO o primeiro tempo, foi muito!!! Ok, não jogamos nada na primeira etapa, mas dizer que fomos piores foi muito para mim.
Veio o segundo tempo, melhoramos nitidamente e ele não mudava o discurso. Saiu um gol “espírita”, e só faltou ele dizer: “Viram? Eu não disse?”. Para completar, ainda afirmou: “O Cuiabá mereceu a vitória”. Assim mesmo: com o verbo “merecer” no passado!
O narrador se referiu ao tal Cuiabá inúmeras vezes durante a transmissão como o campeão da Copa Verde… O tricampeão mato-grossense… Com todo respeito ao simpático Cuiabá: grande coisa, né? E e relação ao Vasco? Como ele se referiu? Assim mesmo: Vasco. Absolutamente nenhuma referência ao título carioca conquistado a pouco mais de uma semana.
E o nosso ex-jogador chegou a afirmar o absurdo de que no início do estadual, o Vasco era a quarta força. A QUARTA força?!?!?!? Numa consideração muito rasteira, pelo menos melhores que o Botafogo com um plantel todo reconstruído, nós éramos.
Ao comentar sobre as finais do estadual, deixou claríssimo para quem o ouvia que ganhamos, mas não merecíamos…
Eles só não contavam com o petardo do Rodrigo e o empate no fim. Depois do nosso gol, nenhuma palavra…
Custo a acreditar que seja algo pré-definido, alguma orientação editorial da emissora e prefiro crer que ele apenas tenta, infantilmente, desvencilhar a sua imagem do Vasco. Pois, Juninho, saiba que para mim, você conseguiu.