Termino 2015 sendo sócio do Vasco, depois de quase um ano e meio de trapalhadas burocráticas.
Agora,posso votar. E agora, sendo sócio (grande coisa…) posso afirmar com todas as letras o que penso a este respeito.
O Vasco é e sempre será o verdadeiro time do povo. Pouco importa se a imprensa artificialmente tenha transformar um dos times da elite carioca num fenômeno popular. Basta uma ida a São Januário para vermos isso. É o povo que frequenta o estádio. Nossa torcida é humilde.
Acho maravilhoso que quem puder ser sócio o seja. E rápido. Mas este Panorama aqui lutará todos os dias pra que o torcedor comum do Vasco, o não sócio, seja respeitado de forma idêntica ao sócio.
Muita gente simplesmente não tem condições. Não cabe na situação financeira atual pagar uma mensalidade.
Quando eu leio ai pela internet criticas ao estádio estar vazio, com oito mil pessoas num jogo importante pro Vasco, não é nos sócios que eu penso, mas na família que se sentou à minha frente num Vasco x Bangu de 2014. Pai, mãe e um vasquinho.
Ingressos a 80 reais, picolé, lanche, transporte. Aquela família teria de investir no barato 250 reais para estar ali. Tirando de onde?
É esse o time do povo? É a esse preço, alijando a nossa torcida verdadeira do estádio, que vamos nos tornar a potencia que queremos (e vamos) ser?
Nunca! O Vasco é o time do povo e essa tem de ser uma das nossas bandeiras. O time que aboliu os preconceitos no futebol não pode sob hipótese alguma elitizar suas instituições e suas arquibancadas.
Uma breve olhada nos públicos dos times cariocas do novo Maracanã é suficiente pra ilustrar isso. Não é o torcedor de futebol que está ali, mas um bando de neófitos, engomadinhos, diria eu.
Se alguém disser que esse é o futuro e que essa mudança é do futebol e, portanto, irreversível, está mentindo. O futebol é do povo e o Vasco tem papel primordial nessa história. Espero que tenhamos essa consciência. O Vasco não pode se esquecer jamais do seu papel.
Plano de sócios? Sim. Elitismo? Não.
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No meio disso tudo, está São Januário. Ampliar? Demolir? Reformar? Cada um tem sua opinião. Reside ai o principal problema.
Estou reformando o banheiro de casa. Levamos um tempaço para decidir o que fazer e como fazer. Havia n possibilidades. E é só um banheiro. Pode ser reformado de novo.
Um projeto de estádio é definitivo. Não tem volta em cinco, dez anos. Quem decide isso? Quem avalia se o projeto é bom? Quem paga?
Meu banheiro vai ficar bom. Está demorando o triplo do esperado. Imagine um estádio…
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Por último, mas não menos importante: Precisamos de união verdadeira. Chega de intolerância.
Estamos, de novo, no fundo do poço. Importa que somos todos Vascaínos e queremos ver o clube forte e unido.
Criticar as opções feitas por alguém e fazê-lo refletir em prol de mudança é muito importante. Xingar outro Vascaíno porque ele votou em A ou B não vai nos levar a nada.
Ou melhor, vai. À ruína.
Quando for descer a lenha em alguma comunidade nossa, reflita: Estou criticando ou ofendendo?
Isso vai fazer esse cara refletir, ou se enfurecer e ficar mais ainda aferrado às ideias que já tinha?
Não é possível que continuemos nos xingando.
Que em 2016 o Panorama continue sendo um lugar de troca de ideias em prol do Vasco. Seja muito bem-vindo a discordar.
Feliz 2016, Vascaíno. A gente merece.