O Vasco vai em Pernambuco. Volta e é campeão!
É campeão porque a historia se move em uma espiral contínua e ninguém é capaz de deter o maior atacante brasileiro de todos os tempos! O maior artilheiro em uma única Copa do Mundo! Aquele que inventou a ponta delança, posição ocupada posteriormente por Pelé (que sempre foi vascaíno)! O maior de todos, o Queixada! Modelo perfeito de goleador e atleta! Ademir Menezes, artilheiro, principal jogador e ídolo da seleção brasileira entre 1945 e 1952, inaugurou uma das mais belas tradições vascaínas: ir a Pernambuco, trazer uma fera e ser campeão!
Quem foi contemporâneo e substituiu Ademir que foi seu grande mestre? Vavá! Este veio de onde mesmo? Quem mais?
Você já ouviu falar em um certo Almir, não sem motivo, Pernambuquinho?
Com o começo do fim do Expresso da Vitória, o Vasco construiu um elenco, inspirado por seus antigos ídolos, exuberante: dele faziam parte os próprios Vavá e Almir, Walter Marciano, Bellini, Orlando, Coronel, Pinga, Sabará, Paulinho de Almeida, Rubens (que largou o Flamengo para ser SuperCampeão na Colina), Parodi e muitos outros; além de Barbosa, que permaneceu jogando e ensinando. Ora, porque esse timaço também foi tão rapidamente dissolvido? A resposta é que já existia Antônio Soares Calçada e alguns outros…
Entretanto, a tradição da qual estamos falando é a bela e não a triste e, depois de anos de descaso, abandono, pouco reconhecimento e também poucos títulos, houve uma conquista que realmente marcou época: a de 1977! Aquele título pelo qual Roberto Dinamite se fez respeitado comandando o Machão da Gama, apelido que fazia jus a um time que possuía uma defesa que espanava e que bateu o recorde de tempo sem tomar gols e um ataque arrasador!
O companheiro de Dinamite no ataque veio de Pernambuco e completava uma escalação sensacional que era assim: Mazarópi, Orlando, Abel, Geraldo e Marco Antônio; Zé Mário, Zanata e Dirceu; Wilsinho, Roberto Dinamite e Ramón.
Vamos às coincidências: por ter Ademir em seu elenco em 1948, Flávio Costa criou uma variação do comum sistema WM, puxando Ademir da meiadireita para frente, para tabelar com Ipojucan, seu companheiro de ataque, e assim possibilitando a ambos fazerem muitos gols. Titio Fantôni (que saudade!), em 1977, percebeu o inverso: Dinamite poderia recuar, abrir espaços para
Ramón entrar em diagonal, penetrar pela esquerda e, também assim, ambos fizeram muitos gols!
A fórmula do Titio deu tão certo que em companhia do mesmo Dinamite, tempos depois, surgiu um moleque atrevido chamado Romário! O bicampeonato conquistado em 1988 teve um sabor doce de Cocada, mas nos três últimos jogos (três vitórias contra o rival) o Vasco precisou da ajuda e da moral de um Rei! Zé do Carmo, o Rei do Cangaço, meteu bronca, dominou o meiocampo, deu esporro em Renato Gaúcho e, na hora em que a porrada estancou, mostrou que vascaíno é cabra macho!
Adivinhem de onde veio Zé do Carmo…
Juninho foi campeão no Vasco várias vezes e um dos mais nobres representantes da tradição dos campeões de Pernambuco. Agora o nosso Reizinho sentiu o inexorável peso da idade e se aposentou. Agora que ele parou acho que deveríamos fazer o seguinte: cuidar bem da base (a atual é excepcionalmente promissora)
e, para completar, darmos um rolezinho em Pernambuco…
O que vocês acham?