Ao citar este clássico do grande compositor Ivan Lins, esta frase reflete exatamente o que aconteceu hoje: no afã de partir para cima e ganhar o jogo, Jorginho tirou os dois volantes, William e Marcelo Mattos e pôs Caio Monteiro e Éder Luiz respectivamente. Deu no que deu e no que nosso adversário, o Paysandu queria: que o Vasco abrisse e ele matasse o jogo nos contra-ataques. Ou seja, provamos de nosso próprio veneno; nós é que costumamos fazer isso, forte marcação e contra-ataque mortal, com Nenê comandando.
Hoje foi uma tarde/noite para ser esquecida. O Vasco simplesmente nem jogou nada; não entrou em campo. Foi como se fosse uma pelada de casados e solteiros, em ritmo lento e preguiçoso, enquanto o Paysandu entrou com sangue nos olhos e marcação perfeita, sem dar espaços a Nenê e Andrezinho. Primeiro jogo em que Nenê não consegue se desvencilhar da marcação cerrada e, consequentemente o primeiro jogo em que o Vasco não consegue fazer um gol esse ano. Lamentável. No primeiro tempo , um jogo de dar sono. A não ser a bola de Nenê , em cobrança de falta no travessão, nada aconteceu de interessante. Já no segundo tempo, a atitude tresloucada de nosso comandante Jorginho de abrir completamente o time sacando os dois volantes. Se ao menos tivéssemos jogadores versáteis que pudessem fazer esta função no lugar dos volantes, mas a verdade é que não temos jogadores deste perfil. Resultado: expusemos nossa zaga e demos ao Paysandu exatamente o que eles queriam: os contra-ataques. E em dois deles, liquidaram o jogo, ambos com Jhonatan, no primeiro gol um cruzamento da direita , que encobriu Luan que perdeu o tempo de bola e Jhonatan apareceu sozinho; e no segundo, correndo livre pela esquerda, onde ele ganhou na corrida do nosso “atleta” e velocista Caio Monteiro.
Nos quatro últimos jogos, duas derrotas, uma vitória e dois empates. O que explica a visível queda de rendimento da equipe cruzmaltina ? E mesmo com as falhas, não se pode culpar agora apenas o Jordi, por sinal merecidamente pré-convocado para a seleção olímpica , assim como Luan. Parabéns aos dois jogadores. Ambos são bons em suas posições, principalmente Luan que, apesar da falha no primeiro gol hoje, tem cumprido muito bem seu papel. Talvez o psicológico pela perda da invencibilidade. Mas o fato é que o time do Vasco não está com a mesma pegada e obediência tática de outrora; ademais alguns jogadores tiveram uma queda de produção acentuada. A verdade é que não se vê o time com a mesma vontade, a mesma atenção nas jogadas. Nosso comandante Jorginho precisa dar uma chacoalada na moçada antes que nos acostumemos a oscilar em um perde/ganha interminável; ainda assim o Vasco deve subir sem maiores percalços na Série B. Mas o time precisa voltar a ficar ligado no 220V.