Déjà-vu: s.m. Modo de ilusão que ocorre na memória e faz com que uma pessoa acredite já ter visto ou vivido alguma coisa, ou circunstância, nova e que nunca chegou a acontecer; paramnésia.
O Time entra em campo, parece que vai beliscar alguma coisa. Como um bando de garotos, apesar da alta média de idade, vejo um grupo afoito e temeroso. Alvo fácil. Corre, briga do jeito que dá, até levar, de maneira besta, o primeiro gol. Temos chance de gols? Temos. Criamos essas chances? A maioria das vezes, não! As chances nascem dos erros dos adversários, e dificilmente são convertidas por pura “perna-de-pauzice”. Passei muitas rodadas lamentando o azar do nosso ataque, mas azar tem limite. E também não serei injusta, há limitação, mas não acho esse grupo tão incompetente assim, de verdade. Não pra apresentar números tão pífios.
Toda rodada tenho a sensação de já ter visto esse filme, porque é ele que tenho visto há tempos. Depois que o jogo acaba, vejo vascaínos batendo boca, botando a culpa em A ou em B, falando em respeito, em planejamento, em maracutaia e em mil teorias da conspiração. Vejo um bando de marmanjos choramingando, maldizendo o clube e trocentos jogadores, jurando que nunca mais acompanharão o Vasco novamente. Vejo também as mesmas piadas, inclusive aquela de que não se tem mais piadas para fazer conosco. Ouço os adversários falando em série B e penso cá com meus botões que a série B é o menor dos nossos problemas.
Desde antes do início do brasileiro, achei que brigaríamos na boca do Z4 e não teve título do carioca que me fizesse achar o contrário. Nosso grupo não era bom. Era brigador, mas bom? Risos! Nossa diretoria não saiu do esquema dos anos 89/90, vive de gritar e impor o que não se impõe. Não se preocupa com médio e longo prazo (e nem com curto, pelo visto), fez da nossa base moeda de troca. Mas eles estão piorando o que já estava ruim. Amigos, nós subimos para a série A em 3º lugar! Nós fomos goleados pelo Avaí! Tivemos uma campanha murcha na segunda divisão de 2014. E se hoje estão piorando o que já estava ruim, será que em 2017 estaremos na série A? Será??
Por isso acho que nossa queda pode ser apenas uma amarga degustação do que vem por aí. Não vejo brecha no breu celeste que aponta no horizonte da nossa Caravela, pelo menos não pelos ventos que hoje estão a soprar. Sinceramente, acredito muito que só a torcida hoje pode fazer alguma coisa. E não falo em quebra-quebra, porque apesar de achar que tem muita gente merecendo uns tabefes sim, tenho certeza de que isso não nos ajudará em nada. Temos que participar da vida política do clube sim, mas à colega Carolina, que sempre faz essa convocação, eu pergunto: como? Eu e tantos outros torcedores precisamos de ajuda, porque os contatos feitos pela internet e telefone com o clube não deram certo. E será que por não serem sócios, os outros vascaínos são menos vascaínos? Não há um modo de mobilizarmos quem realmente tem interesse em ver o Vasco gigante novamente? Tem que ter, pensemos!
Enquanto isso, seguimos no maldito déjà-vu nosso de cada rodada, pasmos e boquiabertos, porque o filme que temos a sensação de já ter visto antes, é bem menos amargo do que a vida real que tá passando diante dos nossos olhos.
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