Minha filha de sete anos estava paradinha à minha frente na hora em que pipocou no celular a notícia da morte trágica do filho do Abel. Fiquei olhando para ela um tempinho e imaginando o que seria a dor de uma tristeza dessas. O sujeito sai de casa para trabalhar, se despede do filho e, horas depois, descobre que aquela foi a última vez em que viu o filho vivo.
Certas notícias se tornam muito mais chocantes quando você tem crianças. Sei lá, você consegue se colocar no lugar e meio que imaginar o que sente quem passa por isso.
Todos os sentimentos ao Abel, que além de um profissional dedicado, é um tremendo boa praça, bem humorado, divertido, um personagem necessário ao futebol. Muito mais importante do que a maioria desses professores-doutores empolados e pasteurizados.
O twitter oficial do Vasco da Gama dedicou um tweet a ele. O site do Vasco da Gama não se manifestou. O facebook tampouco. (Pelo menos até as 10 da manhã de segunda-feira, dois dias passados da tragédia).
Senti vergonha por isso.
Estamos falando de um sujeito, que além do perfil boa-praça que citei acima, foi atleta e treinador do clube, sendo campeão carioca no inesquecível 1977. Como jogador profissional, fez mais partidas pelo Vasco do que por qualquer outro clube. É inaceitável essa ausência. Infelizmente, esperada.
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Jogo de altíssimo risco hoje à noite. Um empate coloca o Vasco em sétimo, passando o Botafogo. Os resultados da rodada colocaram o adversário, Atlético PR, na zona de rebaixamento. Jogo para três pontos obrigatórios. Reside ai o perigo.
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O Vasco contrata um time inteiro de basquete e reúne material humano para brigar por títulos. Primeiro o Vascaíno fica feliz. Imediatamente depois vem a preocupação de sempre: de onde vai sair dinheiro para pagar isso? Essa é uma sensação muito desagradável. Uma quase certeza de que vai dar confusão. É isso que eu espero em 2018: tranquilidade. Confiança na gestão. Tomara.
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Impossível fechar esse texto sem comentar a incrível sequência de pênaltis desmarcados, intervenções externas ao campo e marcações estapafúrdias da arbitragem brasileira.
Todos os errinhos, por uma enorme coincidência, favorecendo o mais favorecido.
Parece coisa ensaiada. Ao se marcar pênalti contra o mais protegido, os jogadores do time fecham no juiz, bandeira, 4o árbitro, 5o árbitro, e gastam um, dois, três minutos (contra o Fluminense foram treze inacreditáveis minutos! ) enquanto providências são tomadas. É algo a se aprender. Isso está sendo usado como recurso.
A imprensa esportiva, em uníssono, generaliza os erros, garimpando exemplos para não apontar o dedo para o mais beneficiado.
O erro de ontem, de Corinthians x Flamengo, foi uma aberração do porte do não-gol de 33 cm e do impedimento de 2014, o do “roubado é mais gostoso”.
Mas fiquemos tranquilos, pois é tudo uma enorme coincidência.
Ao final da temporada, lembremos deste ponto ganho pela arbitragem.