No meio de todo o deboche pelo qual o Vascaíno está passando, surge, vindo não sei de onde, a notícia de que Eurico Miranda tem uma “carta na manga” para impedir a queda do Vasco para a segunda divisão.
A tragédia já começa pela expressão usada. Apesar do conceito de “trunfo”, a carta na manga é uma trapaça
Logo depois, em meio aos mais estapafúrdios boatos, um deles ganha força: a mudança do formato do campeonato em 2016, que seria disputado por 24 clubes com mata-mata. Este aumento de 20 para 24 clubes faria com que não houvesse rebaixamento ao final de 2015 e manteria o Vasco (já estamos dando como certa a queda!) na 1a divisão. Falou-se tanto nisso ontem, que é necessário deixar um ponto bem claro aqui.
Nada seria pior do que a materialização dessa desgraça.
Já caímos pra segunda divisão. Duas vezes.
Juntamos os cacos, nos unimos e voltamos. Subimos de volta no campo. As duas vezes.
Uma mudança como essa, nos mantendo na primeira divisão de forma artificial, não se apaga. Sabe o Fluminense? Jamais vai se livrar da pecha de ter “virado a mesa”, de ter “permanecido na primeira divisão artificialmente”. E dane-se a verdade dos fatos. Se houve convite, se foi justo ou injusto na ocasião. Da mesma forma que eles, vamos ter virado a mesa. O Eurico vai ter virado a mesa. Seremos os vices viradores de mesa.
Incrível como as coisas podem piorar. Confesso que já estava me conformando com a realidade, cada vez mais palpável, da queda. O surgimento deste fantasma, no entanto, me botou de cabelo em pé. Essa desgraça não pode se abater sobre o Vasco. Se cair, que caia. Que vá pra segunda, terceira, vigésima divisão e não nos permitam botar rótulos que maculem nossa história. Já chega ser vice sem ser.
Então agora não resta outra alternativa a não ser sair desse buraco. E se cair, disputar a porcaria da série B com a dignidade de sempre.